A casa do cristão: Lugar de conversão

Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará (Mateus 6.6).

Jesus escolheu a casa como ambiente para que nos voltemos a Deus desenvolvendo nossa intimidade com o Pai. De fato, muitas casas na Bíblia foram cenário de grande transformação e conversão de vidas (Atos 2.2, 46; 5.42; 9.17; 10.22; 16.15, 31-34). Ele está falando para discípulos que já o amam, mas que têm muito para aprender. Ao longo de todo o sermão da montanha, Jesus traz lições fortes e marcantes. Neste pequeno trecho percebemos sua intenção em apontar nossa casa, mais precisamente nosso quarto, como o lugar para nossa contínua conversão ao Senhor. Mas, o que precisa ser convertido?

O que precisa ser convertido está lá dentro (entra no teu quarto e, fechada a porta). Passamos a maior parte da nossa vida em casa. Dentro de casa, passamos a maior parte do tempo no quarto. Calcule as horas de sono para confirmar isto. Nossa casa, normalmente, é o lugar de nossa maior intimidade. É onde somos quem realmente somos. Muitas vezes em ambientes públicos agimos e reagimos conforme o efeito que queremos produzir na imagem que os outros têm a nosso respeito. Já em casa, não temos qualquer obrigação em manter uma aparência. Por isso, Jesus aponta que é precisamente lá dentro onde o que somos ficará aparente para ser trabalhado pelo Senhor.

O que fazemos no quarto com as portas fechadas?

Só Deus sabe. D. L. Moody disse: “Reputação é o que as pessoas pensam a meu respeito. Caráter é o que eu sou quando ninguém está me olhando”. Quando ninguém está me olhando, Jesus ensina que devo buscar a Deus intensamente. Fechar a porta para desligar-nos de tudo o que nos distrai. Nosso foco deve ser o Senhor.

O que precisa ser convertido tem que ser expresso (orarás a teu Pai, que está em secreto). Oro porque preciso, porque dependo, porque sou frágil, porque sou vulnerável, porque sou pecador. C.S. Lewis disse: “precisamos colocar diante do Senhor o que está dentro de nós, não o que deveria estar”. Em outras palavras, precisamos confidenciar o que ele já sabe. Isso mesmo, ele tudo sabe, mas precisamos verbalizar o que sentimos, pensamos, desejamos. Aviso: isto pode nos assustar.

À medida que verbalizamos, nosso coração vai sendo transformado. O que falar? Segundo Ole Hallesby, teólogo norueguês, “orar com palavras ou sem palavras não faz diferença nenhuma para Deus, só para nós». O que importa é aprender a abrir o coração para que nossa entrega e conversão ao Senhor sejam completas, sem restrições. C.S. Lewis ensinou: “a oração que precede todas as outras é a seguinte: seja o verdadeiro eu aquele que fala e o verdadeiro Tu aquele a quem falo”.

O que precisa ser convertido será recompensado (e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará). A expressão inicial quando orares indica não uma obrigação, mas algo natural, proveniente de um relacionamento. Definir oração como disciplina dá o ar de sacrifício – como um esforço para se conquistar um prêmio. Definir oração como relacionamento deixa tudo num campo mais natural. O que acontece no quarto é relacionamento. A recompensa advém do relacionamento, daquilo que acontece em secreto. Aquilo que acontece no secreto diante do Pai será recompensado. Não necessariamente o que pedi. Aliás, se Deus não deseja algo para mim, eu também não deveria desejá-lo. Simplesmente descanse, a recompensa virá e valerá!

Deus já se converteu para nós (1 João 4.19). Não à toa morreu por nós (Romanos 5.8).

Espontâneo e intenso amor (João 3.16; 10.18). É hora de nos convertermos a ele (Lucas 22.32). Quanto mais o buscarmos, mais seremos transformados (2 Coríntios 3.18). Por isso, a casa do cristão é lugar para que nossa conversão a Deus seja diária, contínua e progressiva.

Fonte: Instituto Jetro

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