Desafios da plantação de igrejas em grandes centros urbanos

Alguns podem pensar que o desafio da plantação de igrejas e da evangelização nos grandes centros urbanos está na vida financeira e econômica do país e do mundo. Outros dirão que temos uma crise de liderança mundial, e ainda terão aqueles, que dirão que nos grandes centros urbanos temos muitas distrações, uma multiplicidade de escolhas, de afazeres no trabalho, nas relações familiares, nas diversões e nos prazeres. Enfim, muitos são os elementos que podem contribuir para o distanciamento da fé secular urbana. Porém, os maiores desafios não estão no campo sociológico e sim no ideal filosófico.

Não podemos esquecer que o mundo está em crise, em transformação, e tem colocado em cheque os processos de evangelização, assim como as verdades de Deus para nós. Muitos ficam amedrontados, temerosos e confusos com a velocidade e o poder avassalador das mudanças, porém, precisamos orar, pensar e agir para que sejamos instrumentos eficazes na propagação do evangelho no mundo. É exatamente nestas horas de dificuldade que colocamos em prática toda nossa fé racional na soberania e onipotência de Deus.

Observando e racionalizando os dias atuais, podemos destacar dois grandes desafios a se enfrentar na obra de evangelização e plantação de novos pontos missionários urbanos. Estes desafios são mais profundos e difíceis de se tratar do que os problemas sociológicos mencionados acima.

O primeiro deles é o pluralismo filosófico. Aqui se concentra o pensamento de que não existe uma única perspectiva da realidade, não existe uma cosmovisão absoluta que seja capaz de responder e explicar os caminhos e descaminhos da vida moderna. Mesmo que como cristão tenhamos uma perspectiva absoluta da vida, ela precisa ser colocada de lado, pois a cosmovisão cristã não deve ser assimilada como única. Assim temos a negação completa dos ensinos de Jesus, quando se coloca como único caminho (Jo.14:6), ou ainda como a única porta que leva a Deus (Jo.10:9). Nesta ideia, “temos” que absorver todas as filosofias e entender, no velho axioma usado na PAX ROMANA, “todos os caminhos levam a Roma”, e da mesma forma todas as religiões ou filosofias levam a salvação, ou a um amadurecimento espiritual, ou ainda, uma evolução das “espiritualidades”. Nesta visão há um derretimento de valores absolutos em prol de exaltar as diversidades de interpretações e filosofias de vida, não temos mais uma só fé (Ef.4:4-6) e sim muitas e inúmeras “fés”.

O segundo grande desafio é a do relativismo. O relativismo aparece como contraproposta ao absolutismo e defende a individualização das visões éticas, morais e estéticas. Hoje, vemos o relativismo dominando também os campos religiosos. Aqui vemos que a religião, a ética e a moral, são relativizadas a partir das perspectivas de cada indivíduo. Então cada um procura seus próprios interesses e prazeres, confirmando a profecia paulina em sua segunda carta a Timóteo (IITm.4:3-4). Eles “relativizarão” tudo e procurarão doutores para si e terão comichões nos ouvidos e não suportarão a sã doutrina “absoluta” de Deus.

A tarefa é desafiadora. Mas, vamos em frente, cumprindo a chamada que foi dada pelo Mestre, suportando as dores e os desafios do caminho, firmes em nossa fé, de que um dia estaremos com Ele em sua glória. Deus nos abençoe!

Fonte: Missões Ide

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