Em entrevista, suspeito admite que acendeu rojão que matou cinegrafista

Caio Silva de Souza, 22 anos, admitiu ter acendido um rojão durante manifestação contra o aumento do preço do ônibus, na quinta-feira (6), no Centro do Rio. Ele falou com exclusividade à repórter Bette Lucchese, da TV Globo, nesta quarta (12), pouco depois de ser preso em Feira de Santana, na Bahia. Mas, para a polícia, o suspeito não confessou o ato e ficou calado, alegando que falaria apenas em juízo.

O auxiliar de serviços gerais de um hospital de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, teve prisão temporária decretada na segunda (10), por suspeita de lançar o artefato que explodiu na cabeça de Santiago Ilídio Andrade — o cinegrafista da TV Bandeirantes morreu 4 dias depois.

Na entrevista, ele disse que não sabia que o objeto era um rojão, e sim um “cabeção de nego”, artefato de menor poder explosivo. Perguntado se acendeu junto com Fábio Raposo, ele balançou a cabeça de forma positiva. Ele afirmou ainda que, depois da veiculação das imagens onde apareceria recebendo o rojão, teve medo de ser morto por “pessoas envolvidas nas manifestações”.

Ele pediu ainda desculpas pela “morte de um trabalhador, como ele próprio, sua mãe e seu pai”.

Na conversa, que foi ao ar no RJTV, Caio também disse que há jovens que são atraídos por terceiros a participarem do protesto: “Alguns vão aliciados sim, outros não”. Questionado sobre seriam os aliciadores, ele não deu detalhes. “Isso eu não sei dizer à senhora, a polícia tem que investigar”, acrescentou. Ele afirmou que políticos poderiam estar envolvidos.

Preso na Bahia

O suspeito chegou ao Rio às 8h42 desta quarta em voo comercial ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio. Caio vestia uma camisa preta e desembarcou algemado.

O suspeito foi encaminhado para a Cidade da Polícia, conjunto de unidades policiais no Jacarezinho, Subúrbio do Rio. Ele deve ser encaminhado ao IML para exame de corpo de delito ainda nesta quarta.

Namorada

Caio contou após a prisão que pretendia fugir para a casa de um avô no Ceará, quando foi convencido por telefone pela namorada a se entregar à polícia na Bahia.

Três agentes da 17ª DP (São Cristóvão) acompanharam o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva e o advogado Jonas Tadeu. Homens da polícia baiana deram apoio à operação. Caio se entregou em uma pensão próxima à rodoviária de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.

Fonte: G1

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