Trabalhar Com Paixão

Já ouvi uma série de pessoas descrevendo seu trabalho como sendo uma ‘obrigação’. Falam dele como um peso, algo custoso e, em alguns momentos, até ruim. Alguns dizem claramente que trabalham em determinada área apenas por causa do dinheiro e que estão cansados, entediados ou desmotivados com tal profissão. No ministério não é diferente. Vários líderes – incluindo pastores – vivem exatamente esse drama: não fazem o que gostam e querem.

Cristianne Valladares – psicóloga e diretora da Revista Enfoque RH – escreveu que as pessoas desenvolvem muito melhor suas funções quando trabalham ‘com paixão’. Para ela, isso significa ‘trabalhar em algo que lhe traga intensidade, que mexa com suas emoções, que você goste de fazer e que lhe faça feliz’. Em outras palavras, seria trabalhar não apenas por obrigação, mas também por realização pessoal.

Muitas pessoas fizeram de sua profissão apenas um ‘ganha-pão’ – fonte de sustento – e seu trabalho é apenas um instrumento de arrecadação financeira. Com o tempo, fica claro que apenas o dinheiro não é o suficiente para manter alguém motivado. É necessário inserir nesta relação trabalho-sustento a paixão, que faz com que alguém se dedique de modo mais animador, enxergando o trabalho também como uma realização pessoal.

A questão é que precisamos ganhar dinheiro para nosso sustento e de nossa família. E, por vezes, a realização pessoal acaba ficando em segundo plano diante das necessidades materiais. O que fazer? Frederick Taylor – chamado de ‘pai da administração’ – em sua obra Principles of Scientific Management, escreveu que podemos incluir paixão em nosso trabalho, transformando-o em algo maior do que uma fonte de recurso. Se não é possível escolher uma profissão apenas por paixão, podemos transformá-la em algo apaixonante. É uma tarefa difícil, mas não impossível.

Incluir paixão em nosso trabalho seria, na prática, envolver-se de modo emocional com nossas atividades, enxergando nelas algo que nos motive e nos desafie a fazermos aquilo da melhor maneira possível, colocando nossos talentos e toda nossa emoção naquela atividade.

Também é possível mudar de carreira e fazer uma transição profissional – e também ministerial. Existem boas histórias de pessoas que mudaram, saindo de um trabalho que não lhes trazia alegria para outro que lhes enche de entusiasmo.

Algumas transições serão demoradas, envolvendo novos estudos e experiência em uma área totalmente nova – e esse processo por certo será apaixonante – enquanto outras serão até rápidas, mudando de uma hora para outra todo o futuro de uma pessoa e até de uma família.

A grande questão é: você precisa fazer algo que lhe traga realização, satisfação, alegria e motivação. Ainda que para alcançar isso você tenha de ganhar menos dinheiro, e tenha de diminuir sensivelmente seu padrão econômico. Muitos que só buscaram o dinheiro acabaram vivendo de modo tão miserável, tão desmotivador, tão capitalista, que acabaram investindo seu tempo de vida em algo que não lhes trouxe qualquer satisfação.

Deus nos deu talentos, dons e um perfil que nos faz pessoas únicas. Isso não é à toa. Por certo Deus sabia que poderíamos viver felizes se utilizássemos esse perfil para nosso sustento e também para nossa realização pessoal e ajuda às pessoas que nos cercam.  Mark Albion – professor da Universidade de Harvard e autor do livro Making a Life, Making a Living, escreveu que somente a paixão faz alguém alcançar total excelência. Concordo plenamente com essa ideia e acredito que é a paixão que nos faz descobrir nossa verdadeira vocação e que nos faz encontrar em alguma atividade um sentido não apenas de sustento, mas também de importância, valor e alegria de servir.

Escolher uma profissão por paixão, fazer uma transição para uma profissão que traga paixão ou acrescentar paixão àquilo que fazemos não são apenas possibilidades. São imperativos para quem deseja trabalhar com alegria e fazer de uma atividade uma verdadeira fonte de realização pessoal e motivação para a vida. Se você ainda não descobriu o que lhe traz paixão, então essa é a hora. Se já descobriu, dedique-se a isso e seja feliz servindo!

Fonte: Instituto Jetro

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