Mate o terrorista que existe em você

Um ataque terrorista não marca hora e nem local. Simplesmente acontece instalando o pânico, o caos, a destruição e a morte. Terroristas não têm identidade, são anônimos, não os conhecemos, são inimigos sem rostos. A bomba de um terrorista não poupa ninguém, quando explode fere e mata quem estiver no seu raio de alcance, sejam pessoas boas ou más, culpadas ou inocentes.

Desde aquele fatídico onze de setembro o terrorismo mudou a face do mundo, novas regras de segurança foram impostas, roubou convicções e colocou o ser humano refém de um clima de insegurança que só cresce a cada dia. A sensação quase global é que não se tem para onde fugir, a epidemia do medo afetou a todos.

O terrorismo como hoje o conhecemos é uma escandalosa ilustração do terrorismo que sempre habitou em nós. Letal, destruidor, pavoroso. Um terrorismo que atravessa milênios, por isso mesmo, dada sua longa e insistente duração, nos acostumamos a ele e assim vamos tocando a vida como tudo sendo normal e aceitável.

O terrorismo ao qual me refiro se chama pecado. Começou no Éden, produziu assassinato entre irmãos logo na primeira família e se espalha entre os homens até hoje. O pecado com suas garras afiadas e famintas vai destruindo reputações, sonhos, relacionamentos, projetos, famílias e vidas sem qualquer dó ou apelação. O pecado, em palavras atuais, toca o terror onde chega.

Vivêssemos nós num mundo justo, o pecado causaria danos apenas para o culpado. Mas não, vivemos num mundo absolutamente dominado pelo pecado, portanto extremamente injusto. O bom sofre tanto quanto o mau. Assim como a bomba acionada por um terrorista, o pecado faz o mesmo, atinge culpados e inocentes que estiverem no seu raio de alcance.

O sujeito se embriaga tomando todas, depois sai da festa, pega o seu carro e vai dirigindo até perder o controle da direção, bate em outros carros, fere e mata pessoas que nada tinham a ver com sua transgressão, apenas estavam lá, no raio de alcance da consequência do pecado cometido por um estranho.

E o que dizer dos adolescentes que precipitaram uma gravidez com a prática do sexo antes do casamento? O corpo era deles, a decisão foi deles, a transa foi somente entre eles. Agora, no entanto, pais, irmãos, parentes e amigos se veem envolvidos e chamados para acudir e ajudar nas demandas que não tiveram qualquer preparo ou planejamento. O mesmo poderia ser visto entre os viciados em drogas, todos que estão em volta sofrem junto, querendo ou não.

Pecadores e seus pecados estão por toda parte. Sou um deles. Luto todo dia contra o pecado que habita em mim. Por natureza, sou pecador. Como pecador também espalho terrorismos que atingem culpados e inocentes. Pessoas sofrem pelos meus pecados assim como sofro pelos pecados de outros. É terrorismo na carne, na essência que revela nossas mazelas e fraquezas.

É urgente matarmos o terrorista que luta para viver em nós. É urgente, mas não é tarefa fácil, pois nosso terrorista interior se agarra com força monstruosa ao orgulho, a soberba, a cobiça, a luxúria, a ganância e ao egoísmo, espalhando ódio, ira e pavor disfarçados na capa da falsa piedade. Tão falsa que o tempo previsto por Cristo chegou forte entre a cristandade, basta observar, é irmão contra irmão, pai contra filho, filha contra mãe, tudo em relações doentes e débeis a procura de amor, mas amor anda escasso, está em falta.

Só existe um caminho para aniquilar o terrorista que existe em nós, é a via dolorosa pela qual andou aquele que era todo amor, o Senhor Jesus. Ele andou para nos dar o exemplo de carregar nossa própria cruz e deixarmos todo pecado aos pés da cruz que Ele enfrentou em nosso lugar. Como o apóstolo, precisamos um dia chegarmos no ponto de compreendermos e de peito aberto declararmos que “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim, e o viver que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas 2:20.

Paz!

Por: Pr. Edmilson Mendes

Fonte: Sou da Promessa

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