O que eu posso fazer?

É a pergunta dos pais que não conseguem mais a obediência dos filhos

– Mãe, sua filha não tem respeitado as regras da escola. Precisamos que a senhora nos ajude com ela. Há vários dias estamos conversando e não estamos conseguindo melhora! Do outro lado, com um tom cansado, a mãe indaga: – O que eu posso fazer?

Esta foi uma ligação da escola onde trabalho para a mãe de uma aluna. Todos os dias fazemos várias, buscando nos pais parceria para ajudar os alunos a assumirem compromisso com estudos e respeitos com os professores. Sou professor há mais de 35 anos, e observo “perplexado” uma enorme diferença no comportamento das crianças se comparado ao início de minha carreira. Cada vez menos os pais conseguem ensinar e ter os filhos em sujeição, e o reflexo dessa insubordinação atinge fortemente o ambiente escolar e principalmente a sala de aula. Enquanto a diretora falava com a mãe, eu observava que a filha, menor de idade, bem menor mesmo, absorta, não fazia questão de esconder um debochado risinho, enquanto aguardava o fim da ligação. Parecia indiferente, sem importar-se com nada do que sobre ela era tratado.

Esse triste quadro, cada dia mais frequente, se apresenta a nós, profissionais da educação. Recebemos lindas crianças, algumas com roupas caras, modernos celulares, hábeis em manejar novas mídias e com enorme dificuldade para obedecer ordens, seja dos pais ou de professores. E o pior também vem acontecendo: violência, mortes e ameaças constantes dentro das escolas.  Ainda podemos ouvir o lamento das famílias de Suzano. Procuram seus filhos no quarto, na sala de jantar, na praça que dantes sonhadores brincavam, e já não estão mais lá. A barbárie os levou. O que dizer neste tempo?

Creio que na Palavra, aquela que vem de Deus, estão todas as respostas, para a mãe da minha escola e alento aos pais de Suzano. O sábio Salomão em (Prov. 22:6) escreveu que aos pais compete ensinar o caminho ao menino, ensino que o conduzirá até a velhice.  Ensinar a criança porém, exige tempo, paciência, amor e vida com Deus. Em (Deut. 6: 6-7) temos disponível uma excelente metodologia para ensinarmos os filhos. Observe como o texto bíblico é didático:

“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. Pelo texto sagrado fica claro que todos os movimentos dos pais ao longo do dia, estendendo até a noite, devem ser pensados em ensinar. Devem ser do tipo, assim falai, e assim procedei. No trato com o cônjuge, dirigindo no intenso trânsito, esperando nas filas, falando dos que estão longe, estando à mesa, assistindo TV, lendo, orando, cantando, tudo fala aos filhos, e fala muito mais alto que possamos imaginar.

O que eu posso fazer? No abraço dos pais cabem todos os filhos. Abraço, morada do amor que enxuga lágrimas e lança fora todo o medo, afinal, os filhos são herança do Senhor. Ele mesmo dará através de sua perfeita palavra, graça para ensiná-los no caminho da vida.

Fonte: Portal IAP

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