O que você aprendeu na escola bíblica hoje?

O que você aprendeu na escola bíblica hoje?

Pergunta simples, não é.

Você, pai ou mãe já experimentou fazê-la a seu filho? Ou já perguntou isso ao seu cônjuge?

E você professor, já fez essa pergunta a um aluno logo após a aula?

Bom, como mãe e educadora venho fazendo essa pergunta a meus filhos e a muitos alunos que circulam pela Escola Bíblica de minha igreja (e de outras igrejas também). As respostas que recebo são interessantíssimas. Quer ver?

Como mãe, perguntei a meu filho de 5 anos (logo após uma aula de domingo):

-O que você aprendeu na Escola Bíblica hoje?

Resposta: – Hoje a professora contou a história de Abraão.

Insisti: Mas o que VOCÊ APRENDEU?

Resposta: – Deus pediu para Abraão mudar de cidade. Abraão colocou tudo o que tinha em cima de um camelo. Foi a maior mudança!

Tentei outra vez: – Tá, filho. Essa foi a história que você ouviu, mas o que você aprendeu com ela?

Resposta: – Ah! Aprendi que… Aprendi que… que quando eu tiver que fazer uma mudança vou ter que colocar tudo num camelo… Mas eu não tenho um camelo!

Interessante.

Como esposa, perguntei ao meu marido (no caminho da igreja para casa): – O que você aprendeu na escola bíblica hoje?

Resposta: Estamos estudando Tiago.

Tentei novamente: Ok. Mas eu não perguntei sobre o que estão estudando. Perguntei o que você aprendeu.

Resposta: Ah, claro. Aprendemos que a fé sem obras é morta.

Interessante. Resolvi fazer mais uma tentativa: Tá bom, amor. Mas ainda não entendi exatamente o que VOCÊ APRENDEU para a SUA vida.

Resposta: – Tem razão. Não chegamos nesse ponto.

Muito Interessante!

Como educadora, já fiz essa pergunta a muitos alunos de todas as idades, e as respostas continuam assim: “interessantes”.

Existe pergunta mais simples e direta que essa para avaliar a aprendizagem dos alunos?

Muitos de meus alunos do seminário me perguntam sobre avaliação na Escola Bíblica. Costumo responder com duas perguntas:

1 – O que você quer avaliar?

2 – Para que você quer avaliar?

O que você quer avaliar?

Na Escola Bíblica podemos avaliar muitas coisas. Na verdade, todas elas realmente deveriam ser avaliadas periodicamente. Deveríamos avaliar o currículo, os alvos educacionais, os métodos, a organização, a estrutura, o material didático, os professores, e, por fim, os alunos.

Na maioria das igrejas não é hábito avaliar nada disso. Vez por outra aparece alguém sugerindo a ideia, mas parece muito complicado, ou simplesmente ninguém nunca fez antes, então porque fazer agora?

É verdade. Primeiro, avaliar com seriedade e eficiência é complicado mesmo. Avaliar não é dar uma nota de 0 a 10 para a resposta de um aluno num teste. Também não é dizer “gosto” ou “não gosto” da aula de determinado professor. Segundo, é verdade que praticamente ninguém nunca se preocupou em ficar avaliando a Escola Bíblica e ela está ai, funcionando semanalmente em nossas igrejas. Tudo bem que já não tem o ibope de antes, nem é considerada essencial pela maioria dos cristãos – por que será? (bom, talvez aí esteja o porquê de começarmos avaliar agora).

É preciso saber claramente o que se quer avaliar, que esforços serão empregados para fazer uma avaliação e qual a razão porque se pretende submeter tal área a criteriosa avaliação.

Para que se quer avaliar?

Essa é uma pergunta capciosa… quando se pergunta para que se quer avaliar, quase todos dizem que é para poder melhorar. A questão é que, frequentemente, quando fazemos uma avaliação séria, a resposta provavelmente será corrigir e melhorar nosso próprio desempenho. Vejamos um exemplo:

A professora do meu filho resolve avaliar a aprendizagem dele e pergunta:

-O que você aprendeu na Escola Bíblica hoje?

Resposta: – Hoje a professora contou a história de Abraão.

Duas possibilidades

.  Ela fica satisfeita que ele aprendeu a história que ela contou.

  1. Ela percebe que essa resposta está incompleta, porque ela quis ensinar não apenas a história de Abraão.

Se ela consegue alcançar a segunda possibilidade, inevitavelmente ela vai ponderar que:

  1. Será que ele não prestou atenção na lição? (Responsabilidade do aluno) ou

  2. Será que ela contou a história, mas não conseguiu que ele aprendesse aquela verdade especial e transformadora para a vida dele? (Responsabilidade do professor).

A maioria dos professores optaria pela primeira ponderação: ele não prestou atenção na lição. Mas mesmo assim, se a professora prosseguisse com a avalição, ponderaria: “Por que ele não prestou atenção na lição? Será que eu poderia ter ministrado essa aula de maneira mais cativante? ” (Responsabilidade do professor).

Isso é só um exemplo. Quando avaliamos adequadamente um processo ou uma organização., na maioria das vezes descobrimos que somos nós quem precisamos corrigir e melhorar nosso próprio desempenho – quer como dirigentes da Escola Bíblica, quer como professores, quer como alunos. Estamos preparados para isso?

Fonte: Lição Guia do Professor – Batalhando pela fé

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