Sua família Off-line

Os tempos viraram do avesso nos despertando pra novas realidades: a mãe avisa a filha pelo WhatsApp que o jantar esfriou; um grupo de teenagers riem sem dizer uma palavra grudados nos smartphones; liberar o wi-fi da casa virou a melhor chantagem pros filhos lavarem louça ou arrumarem a cama; o pai descobre no Twitter que a filha postou no Face uma foto do Snapchat que “bombou” no Instagram…

O quê? Entendeu? Se não entendeu prepare-se para outros termos como phubbing, bullying, pinar, sexting, “dar um like”, hashtag, shaming, Spotify, “por no Waze”… A verdade é que o mundo mudou, a informação viralizou, as distâncias encurtaram e a convivência humana colapsou. Nesta geração hiper-conectada em gigas por segundo, a família também está sofrendo o impacto do tsunami da tecnologia. Enquanto o diálogo se torna cada vez mais rarefeito, a alienação ameaça invadir lares que parecem arquipélagos de humanos inebriados na “nuvem”.

Mas, calma lá, existe vida inteligente além da rede – precisa existir! – ou sepultaremos uma das virtudes mais lindas dadas por Deus: a felicidade compartilhada. Neste novo universo de mídias sociais, com infindáveis grupos virtuais, é urgente dar um OFF no on-line pra não sumir o encanto da contemplação. Resistamos à tentação do isolamento cibernético antes que seja tarde demais e o verdadeiro prazer da vida se digitalize de vez. Preparado para algumas ideias práticas?

Priorize o presente da presença

Nada, e nunca, substituirá a interação presencial humana. Vire herói se desconectando um pouco e fuja da escravidão da ausência, quando parece que ninguém mais está onde está. Famílias “modernamente felizes” conversam, olham nos olhos, e se obrigam a dialogar. Que tal a Noite da Caixa do Desapego? Os dispositivos portáteis vão parar num recipiente e o bate-papo usa o mais primitivo meio de comunicação: a fala. Ou o antigo Jogo da Verdade? Celulares em “modo avião” enquanto cada um pergunta o que quer pro outro após girar a faca numa superfície lisa. E desenterrar atividades quase extintas como brincar de UNO, curtir um dominó, ou mesmo um jogo de mímica? (Imagem e Ação ainda existe!)

Pise na grama – descalço!

Quando foi a última vez que você literalmente foi a uma praça, gramado, ou beira de lago? Nenhum óculos 3D superará a imagem real da criação de Deus. Além disso, toda selva de pedra precisa de uma brisa de natureza. Que tal arejar os momentos juntos com uma caminhada ao ar livre num exótico entardecer no parque? E por que não trocar a visão do horizonte por ir até ele com quem a gente ama? A obsessão informativa nunca preencherá a carência por um stop na rotina, o aconchego dos abraços, ou o carinho do vento na pele. Ah, você tem filhos pós-millenials desinteressados? Desafie-os numa competição de fotos curiosas postando no Snap ou Insta com a #momentofamilia! (Eles entenderão!)

Surfem juntos em águas reais

Ou pratiquem qualquer esporte mais aeróbico que o joystick hipnótico de um Playstation 4. Pais modernos têm que achar tempo para se exercitar com os filhos. Isso é inegociável! Estudos apontam que treinos coletivos são uma excelente forma de estimular hábitos saudáveis neles. Momentos de endorfinas, suor e adrenalina em família reduzem a cratera do distanciamento físico e verbal. Lembrando que nem tudo é futebol – corrida, tênis de mesa, biking, piscina, frescobol, e outros esportes estão em alta nas famílias inovadoras. Mas os pais precisam dar exemplo. (Encarei uma maratona de 42k e aprendi a andar de patins só por causa da filha!)

Construam lembranças incríveis

A vida é a arte de esculpir boas memórias e o lar é o melhor ateliê. Temos uma expressão em casa: #momentoperfeito. Sempre que experimentamos algo diferente e agradável nos reportamos como sendo “perfeito”, a fim de valorizar e colecionar o que é ímpar. Que tal? Acampar sob o teto de estrelas, preparar uma refeição de chef, desbravar cachoeiras, visitar o museu, inscrever no passeio ciclístico, brincar de guerrinha d’água, construir um LEGO, montar uma tenda de lençol na sala… Quer mais? Amassar pão com formas geométricas, fazer a Noite do Colchão na Sala, inventar um rodízio de sucos curiosos, provocar uma batalha épica de travesseiros, soltar pipa sem cerol, cultivar um jardim, distribuir brinquedos na periferia, pintar uma explosão de cores derretendo giz de cera com secador de cabelo (eu fiz, funciona!). Enfim, até a tarefa da escola pode virar uma deliciosa oportunidade de convivência.

Cultuem criativamente o criador

Esse é o mais importante – sempre! Culto familiar é a base insubstituível do sucesso de um lar feliz. Jamais abra mão da necessidade de trazer o Deus do Universo pra dentro da sala.  Momentos devocionais precisam ser criativos, dinâmicos, atraentes, arejados e nunca cansativos. Respeite o limite da paciência de todos e eles respeitarão de volta com concentração. Torne o culto do pôr-do-sol na sexta-feira um momento incrível. Histórias existem para serem contadas, dramatizações cativam de imediato, e partir do conhecido pro desconhecido é a melhor maneira de tornar a Bíblia relevante. Família que ora junto, adora junto e sonha junto, supera o que for preciso pra alcançar o ideal eterno junto.

Finalmente, se os novos tempos exigem novas abordagens, o lar continuará sendo o bem mais precioso do lado de cá do Céu na formação de herdeiros pro lado de lá. Compartilhar de maneira eficaz o genuíno amor nas relações familiares fará da esperança uma cúmplice da própria felicidade. Até que todo esforço de dedicação resulte na eternidade como suprema recompensa. #ficadica

Fonte: Adventistas.org

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