E o véu se rasgou!

“Naquele momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, e as rochas se partiram.” (Mateus 27.51)

O véu do templo era espesso e resistente. Tinha a largura de uma mão de espessura, tecido com setenta e duas dobras torcidas, cada dobra feita com vinte e dois fios. Media cerca de dezoito metros de altura por nove de largura.

Este véu era símbolo de separação. Somente o Sumo – Sacerdote, uma vez por ano, adentrava além dele para fazer sacrifício pelo povo. Guardava o lugar mais santo, denominado “Santíssimo”. Ali se revelava a maior das comunhões, um contato com a glória e a voz do Senhor. A Divindade estava representada pela Arca e o seu conteúdo: Deus o Pai – pelas tábuas dos mandamentos, Deus o Filho – pela vasilha de maná e o propiciatório (lugar onde era aspergido o sangue de um animal) e o Espírito Santo – pela vara de amendoeira. Não obstante, os fiéis não tinham acesso.

Quando, porém, o Filho de Deus expirou na Cruz o pesado véu não suportou e rasgou-se. O fato de Cristo ter sido crucificado revela a horripilante intensidade do pecado que se encontra abrigado no coração humano. A torturante e humilhante morte foi a resposta da humanidade ao Divino Amor. Nós precisamos cair com o rosto em terra, profundamente arrependidos e envergonhados, pois a culpa não foi somente dos judeus, dos soldados romanos, da multidão escarnecedora, mas sim, e inclusive, de nossos pecados.

Este acontecimento foi uma ação de Deus, porque foi de alto a baixo. Foi um momento poderoso porque foi acompanhado de um terremoto. Foi um protesto da injustiça contra Jesus e contra a religiosidade hipócrita. Por outro lado, anuncia um tempo novo, um livre acesso à glória, à graça, à misericórdia e à presença de Deus.  O escritor de Hebreus afirma: “Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus,por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.”– Hebreus 10.19,20. Esta exortação e oportunidade são para todos.

Mas houve outro rasgar do véu. Não o do templo e sim o da morte. Ocorreu depois de três dias quando o Senhor ressurgiu dentre os mortos. A ressurreição de Cristo completou o projeto de resgate para a humanidade. A renovação criativa do seu corpo, tranformou-O num ser com corpo exclusivamente espiritual e glorificado, permitindo aparecer e desaparecer aos Seus discípulos. A devoção, a doce esperança, a firme certeza do Cristão está na ressurreição porque a promessa é que todos que viverem para o Reino de Deus serão semelhantes a Jesus.  Deveríamos proclamar a plenos pulmões: Temos um Salvador que está vivo e que vive em nós.

E haverá um terceiro rasgar do véu, o véu da eternidade. Quando isto ocorrer o Senhor Jesus descerá dos céus, em nuvem de glória e com seus Santos Anjos. Os que morreram em Cristo ressuscitarão e os fiéis vivos serão transformados para uma vida infinda.

Por: Pr. Elias Alves Ferreira

Fonte: Sou da Promessa

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