O vale de ossos secos

(Ezequiel 37)

Na visão do vale de ossos secos, a palavra do Senhor veio ao seu profeta, representando a salvação que futuramente viria por Deus através do sacrifício de Jesus, descrevendo que o Senhor levantaria os Seus novamente, para ser um exército vitorioso. Mas a força deste exército viria da palavra de Deus, a qual proferida, restaurava os corpos juntando os ossos para montar um esqueleto forte e em perfeito estado. Eles então não estariam mais secos, desnutridos, fracos ou mortos. A partir do instante em que as palavras Divinas foram proferidas, houve um grande barulho que podemos representar como o momento em que o Senhor iniciou seu contato com o profeta, revelando que Seu Filho seria sacrificado para haver remissão e salvação. Este foi o barulho que o próprio Deus realizou aos homens, os quais ouvindo começaram a perceber algo se movendo com um poder sobrenatural, que excedia todo entendimento, que não vinha de homens, mas dos céus.

No Salmo 53.2,3 percebemos qual era a visão de Deus sobre a Terra e sabemos que ela não andava bem aos Seus olhos, pois a humanidade estava corrompida e longe da Sua face. Estavam feitos ossos secos lançados num vale sem força e vida. Uns quebrados ou enterrados pela poeira que os escondia, outros totalmente degenerados. Mas o Senhor na sua imensurável misericórdia e amor pergunta: (Ezequiel 37.3) “Filho do homem, esses ossos poderão tornar a viver?”. A pergunta de Deus já revela intrinsecamente o Seu pensamento em renovar a vida àqueles ossos, concomitantemente Ele avalia a fé do homem, que responde confiante na Sua vontade: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”. 

Deus resolve dar início ao Seu plano de restauração, quando foi proclamada a Sua palavra, os ossos começaram a se juntar e cada um se unia ao seu próprio lugar donde era. Deus começou a separar os ossos e ajuntar segundo como era preciso, moldando e regenerando se necessário, para que houvesse o encaixe perfeito.

Em nossa anatomia, os ossos do esqueleto servem de sustentação e proteção para comportar os músculos, oferecendo uma significativa liberdade de movimentos e reservando uma adequada segurança para os órgãos vitais como rins, coração, pulmões, etc. Os tendões auxiliam na força que protegem e ligam as articulações do nosso corpo, aumentando a segurança e firmeza dos ossos. A carne, ou músculo nos oferece a força necessária para deslocar o nosso corpo e alguns também representam uma forma de proteção como o abdômen, que assegura os órgãos dessa região. Enfim a nossa pele, que controla a temperatura ambiente (externa) com a interior (orgânica) do corpo. A pele é uma parte de nosso corpo que está em contato direto com os dois mundos, ou seja, o organismo do corpo humano e o ambiente externo, ela nos reveste por inteiro dando o retoque final na formação da anatomia, ela representa a nossa roupa natural.

Assim como do invisível veio a carne para cobrir àqueles ossos, Jesus Cristo saiu do seu reino invisível para se fazer visível em carne com o objetivo de, na Sua pessoa, podermos alcançar forças para caminhar em direção ao Pai. Jesus era a pele que separava, ou melhor, unia os dois mundos: celestial e material, como em (I Timóteo 2.5).

Com todo o poder e glória, Jesus fez muito barulho com Seus milagres e maravilhas para que toda a humanidade ouvisse e pelo mover do Espírito constituísse os corpos dos soldados para a batalha contra os inimigos, ou seja, contra as enfermidades, contra os espíritos malignos, contra as cadeias opressoras de almas feridas e deu-lhes o preparo que necessitavam em suas vidas. O Senhor Jesus veio para renovar a força das articulações celestiais em uma Nova Aliança, que nos deixa plenamente seguros e suspensos pelo poder e autoridade do Seu nome. Deus renovou os tendões que hoje nos fortalece na Sua presença e no Seu amor, não havendo quem possa lesar ou romper esta ligação, pois a essência deles é de eterno poder, porquanto nada nos separará do amor de Cristo. (Romanos 8.35).

Assim como o Espírito soprou dos quatro ventos da Terra, o Senhor vem a nós para restaurar-nos e trazer-nos para onde devemos estar, segundo a Sua misericórdia revelada em Cristo. (Gálatas 3.26 e 29 ; 4.7).

Se quisermos sentir mais vida em nosso interior precisamos dar liberdade para o Espírito Santo em nossos corações. E só assim haverá a regeneração da nossa alma e viveremos num lugar santo e protegido pela Sua Eterna glória.  Que assim sejamos vencedores.

Por: Pr. Elias Ferreira

Sem comentários