Pizzolato pode pegar 3 anos de prisão na Itália por falsidade ideológica

A polícia italiana informou, em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira, que o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato pode pegar até três anos de prisão por falsidade ideológica na Itália. Condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão, o criminoso foi preso na manhã de quarta-feira em Maranello, no norte da Itália. Para entrar Europa, Pizzolato utilizou-se de passaporte falso, feito em nome do irmão Celso, morto em 1978 em um acidente de carro. Os carabinieri informaram ainda que Pizzolato vinha adotando uma série de medidas de precaução para não ser descoberto. Além de 15.000 euros em dinheiro, o condenado mantinha uma “grande quantidade de comida” estocada na casa do sobrinho, onde estava escondido.

Segundo a polícia, a Justiça brasileira terá 40 dias a partir de agora para pedir a extradição e caberá a um procurador de Bolonha, da província de Modena, para onde o criminoso foi transferido, tomar a decisão. Pizzolato já contratou um advogado na cidade e a Justiça admite que o caso pode levar “meses” para chegar a uma decisão. Um processo por falsidade ideológica já foi aberto na Itália.

Em 2007, ano em que o STF aceitou a denúncia contra os envolvidos no esquema do mensalão, Pizzolato falsificou carteira de identidade, CPF, título de eleitor e dois passaportes – um brasileiro e outro italiano. Os documentos foram forjados em nome de Celso, morto aos 24 anos em Foz do Iguaçu (PR). O passaporte italiano falso permitiu a fuga do criminoso de Buenos Aires, na Argentina, para Barcelona, na Espanha. Ao ser abordado pelos oficiais na manhã de quarta-feira, o mensaleiro tentou manter o disfarce: “Eu sou o Celso, eu sou o Celso”, repetia o criminoso. Os investigadores italianos só tiveram certeza do paradeiro de Henrique Pizzolato na noite da última terça-feira, um dia antes da abordagem que resultou na prisão do ex-diretor do Banco do Brasil.

Pizzolato está detido na penitenciária Casa Circondariale di Modena. Ele vai aguardar um acordo entre o governo brasileiro e italiano. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que será solicitada a extradição do mensaleiro.

No Brasil, a Polícia Federal já instaurou inquérito para apurar como foi feita a falsificação do passaporte brasileiro em nome de Pizzolato. Também vai ser investigado o possível crime de falsidade ideológica, já que ele se passou pelo irmão morto no posto de imigração na cidade catarinense de Dionísio Cerqueira, antes de atravessar a fronteira para a Argentina. “Instauramos um inquérito policial hoje para apurar a falsidade do passaporte brasileiro e a possível falsidade na apresentação desse documento na nossa imigração em Dionísio Cerqueira. A partir daí vamos poder concluir como foi feita essa falsificação, quem participou dela”, disse o diretor-executivo da PF Rogério Galloro.

Fonte: Veja

Sem comentários