Polícia Civil ouve mais oitenta black blocs nesta quinta

Mais oitenta black blocs irão prestar depoimento no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) nesta quinta-feira, em São Paulo. Essa será a segunda leva de detidos em manifestações a comparecer perante os delegados que investigam a ação de vândalos durante os protestos. A primeira levou o mesmo número de black blocs ao Deic em novembro e está prevista uma terceira convocatória nas mesmas proporções até o fim do ano. Com isso, a Polícia Civil pretende identificar e ouvir os 280 acusados que irão ser citados no inquérito a ser entregue ainda neste ano ao Ministério Público. O processo corre em segredo de Justiça.

Além de formalizar a denúncia a ser apresentada pelo Ministério Público, o inquérito do Deic conseguiu traçar um perfil dos adeptos da tática black bloc. São jovens de até 25 anos que não têm um trabalho formal e moram na periferia da cidade na casa dos pais. Muitos chegaram a iniciar um curso superior em faculdades privadas, mas tiveram que abandonar o curso por falta de condições financeiras.

Nos depoimentos, a explicação mais recorrente para os atos de vandalismo é a revolta por não ter tido boas oportunidades de trabalho e estudo na vida, apesar das tentativas. Muitos vão ao Deic acompanhados dos pais, responsáveis por contratar o advogado de defesa.

A policia conseguiu identificar um grupos de aproximadamente dez pessoas que comanda as ações dos black blocs nas manifestações e é também responsável por arregimentar os jovens por meio do Facebook. Um indício de que essas pessoas agem de forma organizada é que são defendidas pelo mesmo advogado. A polícia tem reunido provas para pedir a quebra de sigilo telefônico e das redes sociais desses acusados.

A investigação do Deic faz parte de uma força-tarefa arquitetada entre a Polícia Civil e Militar, Ministério Público e Polícia Federal para banir os atos de vandalismo que se tornaram recorrentes nas manifestações em todo o país.

Fonte: Veja

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