SP oferece mamografia sem agendamento a mulheres com mais de 50 anos de idade

Exame poderá ser feito em 300 ambulatórios médicos de especialidades (Ames) e em quatro unidades itinerantes, que percorrerão a capital e o interior

As moradoras do Estado de São Paulo com mais de 50 anos de idade poderão fazer mamografia no mês de aniversário, sem necessidade de agendamento, em mais de 300 ambulatórios médicos de especialidades (Ames) e em quatro unidades itinerantes, que percorrerão a capital e o interior. O primeiro veículo de exames será inaugurado nesta quinta-feira em Santo Amaro, na Zona Sul da capital, pela Secretaria de Estado de Saúde. O atendimento nas Ames e nas outras unidades começará em janeiro.

A expectativa é de que cada ponto itinerante do projeto, batizado de “Mulheres de Peito”, faça 1.000 atendimentos por mês. As carretas de exames terão estrutura para realizar mamografias, biópsias, exames histológicos (para detecção de câncer) e marcação de consultas, em caso de resultado positivo. Para cada 1.000 mamografias, é prevista a necessidade de cerca de 50 biópsias (retirada de amostras de tecido para análise).

“Queremos que todas as mulheres do Estado de São Paulo se previnam contra a principal causa de morte por câncer entre elas”, diz o secretário estadual de Saúde, David Uip. O programa não tem prazo para terminar, e a pasta ainda definirá os trajetos das unidades móveis de exame. Serão privilegiados os pontos de maior vulnerabilidade no acesso às unidades médicas onde há aparelhos de mamografia. A ideia é que elas fiquem entre 15 e 20 dias em um local e depois migrem para atendimento em outra região.

Cuidados — O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), José Luiz Pedrini, alerta para a importância do diagnóstico rápido. “A identificação precoce da doença evita cerca de 30% das mortes”, afirma. Embora a recomendação do governo brasileiro seja a de que a mamografia seja realizada a cada dois anos em pacientes com mais de 50 anos, a SBM recomenda que os primeiros exames de mama sejam feitos em faixa etária ainda mais jovem, a partir dos 40 anos. “A idade mínima ainda é motivo de debates acadêmicos no Brasil e no exterior”, diz Pedrini.

Pedrini alerta, no entanto, para o índice de exames que não conseguem identificar a doença. Em cerca de 20% dos casos, de acordo com ele, a mamografia não detecta o câncer. “É necessário que os programas de governo prevejam ainda mais consultas e acompanhamento das pacientes”, diz.

Para ele, unidades itinerantes de consulta servem como incentivo, mas é fundamental conscientizar as mulheres sobre a prevenção. “É mais barato convencer as pessoas a irem aos locais de exame do que levar toda a tecnologia de diagnóstico para vários lugares.”

Fonte: Veja

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