Eu odeio você!

Às vezes me pergunto como é possível um cônjuge dizer ao parceiro a frase acima poucos anos depois de terem jurado amor eterno um ao outro. Na verdade, o que ocorre é que cada um espera que o outro se amolde ao seu estilo de vida, e isso não acontece. Além disso, as diversas tentativas de estabelecer acordos para uma convivência harmoniosa fracassam e geram um sentimento de amargura, que se transforma facilmente em agressão. Fantasiamos que podemos mudar o outro e transformá-lo “à minha imagem e semelhança”, mas isso é uma grande ilusão. O outro é único e singular e possui uma forma particular de perceber e interagir com a realidade, que é distinta da minha. Isso é denominado por Ricouer1 de “ipseidade”. No afã de transformar o outro, as tensões aumentam e as frustrações também; até o ponto... ...

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