A glória do Senhor

“Enquanto ele ainda estava falando, uma nuvem resplandecente os envolveu, e dela saiu uma voz, que dizia: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado”. Ouçam-no!” Mateus 17.5.

Um dos momentos mais lindo da Bíblia é a transfiguração de Jesus. Podemos reviver o fato de uma forma magnífica como um protótipo para os salvos que um dia habitarão a eternidade.

A glória do Senhor pode se manifestar na natureza humana. Cristo era perfeitamente humano. Não era um espírito evoluído, mas alguém que sentia sono, sede, fome e emoções. E mesmo assim, foi visitado pela glória dos céus. O Seu rosto resplandeceu como o sol. Conosco, frequentemente, atua no nosso interior moldando nosso caráter, mas pode ser algo extraordinário dependendo da vontade de Deus e da nossa fé.

A glória de Deus é totalmente livre e não está presa aos conceitos humanos. Alguns dados históricos apontam para o Hermon como o monte da transfiguração. Sendo ao norte de Israel, próximo da cidade de Cesaréia de Felipe, região onde predominava um comportamento rebelde em relação aos propósitos de Divinos. Seria um dos últimos lugares que as estruturas religiosas da época definiriam. Deus É livre e manifesta a Sua glória onde, quando e em quem quiser. Para a glória do Senhor não há protocolo ou lugares previamente estabelecidos pelo homem. Pode ser percebida na Igreja, na escola, no carro, em alguma casa… Na vida do empresário, do estudado, do simples, do pobre, do velho, da criança… Ela não é mensurável ou moldurável, simplesmente acontece.

A glória do Senhor é como um gesto de carinho e de autenticação da vocação. Quem não gosta de um afago ou de saber que está na direção certa? É assim toda manifestação de Deus. No caso específico O Pai disse: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado” Ouçam-no!. Em outras palavras: “Eu amo muito o meu Filho”, “Eu tenho um carinho especial por Ele” e “Ouçam Ele porque a sua vontade está afinada com a Minha”. Mas atenção: Jamais Deus manifesta o Seu poder para nos tornar um “superstar”, um “showman” espiritual.

A glória do Senhor é uma experiência ímpar. Os discípulos quiseram fazer tendas e estar sempre ali num perene estado de glória. Não podemos definir o espiritual porque é metafísico e transcendente. Porém, todos que experimentam a glória celeste podem afirmar: É gostosa, agradável, inigualável… e reclama um desejo permanente. É assim com a conversão, batismo, batismo no Espírito Santo… e momentos especiais.

A glória do Senhor é específica. Foi especial, mas num dado momento da história. Após a sua manifestação os discípulos Pedro, Tiago e João puderam testemunhar. Não foi uma experiência permanente, definitiva. É claro que quando estes momentos especiais ocorrem, a nossa vontade é que sempre estejamos em êxtase, mas sabiamente, Deus reserva apenas alguns instantes para que sejamos atraídos para a eternidade. Somente após a segunda vinda de Jesus a glória será permanente.

Apesar da momentaneidade, estas manifestações passam a ser referenciais importantes para nós.

Quando Cristo desceu do monte libertou um jovem possesso. Toda experiência especial com Deus nos deve levar ao encontro dos que sofrem. Jamais a bênção do Senhor vem para nos enclausurar.

Devemos crer, pedir e experimentar o que O Senhor bondosamente no concede, no entanto, jamais devemos esquecer que toda a experiência nesta vida, por maior que seja, não passa de fagulhas da eternidade onde desfrutaremos o que os olhos humanos não viram, os ouvidos não ouviram e o raciocínio não pode conjecturar – 1 Coríntios 2.9.

Por: Pr. Elias Ferreira

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