Estou resolvido a derrubar os monumentos que tenho construído!

Ao longo do tempo tenho construído alguns monumentos que agora quero destruir. Um por um. Ou todos de uma vez. Acordei para esse fato ao ler no Antigo Testamento a história do rei Saul, depois de fazer um exercito e verificar que tinha 210 mil homens, achou por bem construir um monumento de honra a si mesmo (1Sm 15.12). Além da absoluta falta de modéstia, Saul cometeu uma precipitação imperdoável, pois o seu governo e a sua conduta foram deteriorando-se velozmente ate acabar em uma tremenda derrota militar e em um suicídio.

Não cheguei ao ponto de construir um monumento a mim mesmo (Deus me acuda!). Porém, construí outros monumentos.

Um deles é o monumento ao rancor, aquele que não perdoa ninguém e não esquece nada, aquele que arquiva cuidadosamente pequenas bobagens na área do relacionamento humano. Coisas que os outros fazem contra mim e coisas que eu penso que eles estavam fazendo.

O segundo monumento que eu não só pretendo derrubar, mas vou derrubar, com a ajuda de Deus, é o monumento ao pecado. Vou parar com esta história de só pensar em pecado, de homenagear o pecado. Ora, se o pecado cometido é confessado, ele acaba, o vento leva, ela se desfaz como a cerração da manhã (Is 44.22) e é jogado no fundo do mar (Mq 7.19)!

Vítima de uma sociedade de consumo, tenho construído até agora o monumento ao dinheiro e esse é o terceiro a também ir para os ares. O dinheiro não pode ser tratado como um deus, pois o amor ao dinheiro, o respeito demasiado por ele, é a fonte de todos os tipos de males, segundo o Novo Testamento (1 Tm 6.10).

O monumento à doença que tenho erigido é outro a ser despedaçado. Tenho certeza de que a preocupação demasiada com a doença adoece e que o contrário é o que me dá mais saúde. Romperei com a hipocondria, diminuirei o número de consultas médicas e a frequência com a farmácia.

O quinto a ser demolido para o meu bem-estar é o monumento à morte. Como é possível alguém construir um monumento ao pior de todos os inimigos da criatura humana? Como tenho sido cego em dar tanta confiança à morte, esse monstro de boca escancarada, “cujo lábio inferior toca a terra e o superior o céu, de modo a engolir tudo”! Se a morte é o ultimo inimigo a ser destruído, por que levantar para ela um monumento?

De hoje em diante, terei só um altar, um altar em honra a Deus. Não construirei um monumento para ele porque esse monumento já existe e ainda está em construção.  Tenho a honra de ser uma das pedras desse monumento entre muitas outras, todas assentadas a Primeira Pedra, que é Jesus Cristo (Ef. 2.20-22).

Fonte: Revista Ultimato n° 344

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