O que poderia impressionar o coração de alguém que tem todo o Universo a seu serviço, que é antes de todas as coisas, que tudo sabe e tudo pode? Fiquei com essa pergunta em meu coração durante algum tempo e encontrei na Bíblia algumas cenas que nos ajudam a desvendar esse mistério.
Um coração cheio de fé (Mateus 8.5-13).
Mas não qualquer tipo de fé. O centurião teve uma fé humilde, altruísta e resolvida. Humilde, pois sequer era filho de Israel. Não chegou “exigindo seus direitos”. Altruísta, pois não pediu para si, mas intercedeu por seu criado. Era conhecido como um amigo e ajudador dos judeus (Lucas 7.5). Resolvida, pois sabia que sequer Jesus precisava ir até o local. Sabia que o mundo espiritual estava sob suas ordens; entendia claramente a autoridade do Senhor e o caminho da obediência. Diante dessa cena, ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta (Mateus 8.10). O Senhor rejeita o coração cético, mas continua impressionado com quem não tem dúvidas em seu coração a respeito de sua soberania e poder.
Um coração desprendido e generoso (Marcos 12.41-44).
Imagine a cena de Jesus assentado em frente ao gazofilácio, observando um a um que se aproximava para ofertar, discernindo seus corações, suas intenções, suas motivações. De repente, a viúva deposita suas duas moedas, causando grande impacto no coração do Mestre. Imediatamente chama seus discípulos para lhes dizer o quanto aprovava aquela atitude, declarando: porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento (Marcos 12.44). O que está em jogo não é a quantidade, mas o desprendimento, desapego, disposição para dar, para se entregar, para não reter. Apesar de receber por direito toda assistência como viúva, sua atitude mostrou que não se vitimizou. O Senhor rejeita o coração mesquinho, mas continua impressionado com quem é generoso.
Um coração contrito e quebrantado (2 Samuel 11, 12; Salmos 51).
Davi estava longe de ser uma pessoa certinha, santinho, justinho. Ao contrário, sua história foi manchada com adultério e homicídio doloso, mesmo que indiretamente. Mesmo assim, foi conhecido e reconhecido como uma pessoa segundo o coração de Deus (1 Samuel 13.14). É claro que poderíamos destacar seu coração poético, corajoso, confiante no Senhor. Mas, seu grande diferencial foi manifestado diante da flagrante abordagem do profeta Natã apontando seu pecado, respondendo com contrição e verdadeiro arrependimento reconhecendo que tinha pecado contra o Senhor (2 Samuel 12.13). Isso o fez perceber que perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado (Salmos 34.18), que os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e o coração compungido e contrito jamais será desprezado pelo Senhor (Salmos 51.17). O Senhor rejeita o coração duro e orgulhoso, mas continua impressionado com quem não se justifica, mas se arrepende, não busca desculpas, mas rende-se, não se esconde atrás de máscaras, mas está disposto a confessar.
O coração que impressiona a Deus é o próprio coração que encontramos em Jesus: cheio de fé, desprendido, generoso, quebrantado pelos nossos pecados. Esse coração move os céus e move a terra. Aliás, quem não fica impressionado diante de um coração assim.
A boa notícia é que esse coração está disponível para todo aquele que nele crê. O único jeito de impressionar a Deus é, portanto, deixando a vida de Cristo fluir em nós e por meio de nós. Vamos viver essa bênção!!!
Fonte: Instituto Jetro
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