Um presente de muito valor, mas estranho

“Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições.” (Tg 1.2)

Parece um absurdo que Tiago pede aos membros do corpo de Cristo: sintam-se felizes, tenham suma alegria, aceitem com a maior boa vontade, quando experimentarem todo tipo de aflições, múltiplas provações e toda a sorte de dificuldades. Esse trânsito curto ou demorado pelo sofrimento é uma prova ou um teste a que Deus os submete em benefício deles próprios ou da igreja. Uma paráfrase chega a dizer que o conjunto de lutas e aflições é um “presente especial” (AM).

Tanto a alegria como a felicidade não são sensações frequentes nem fáceis. Na maior parte das vezes elas dependem das circunstâncias e esperam a dor passar para, só depois, aparecerem. Mas Tiago está falando de uma felicidade a toda prova em meio a circunstâncias extremamente contrárias.

Por que esse incômodo é um presente especial de Deus? Por que devo me sentir feliz quando, segundo a experiência humana, não há nenhum motivo para alegria?

O pedido que o apostolo faz é absurdo, algo contrário à lógica por causa daquilo que a provação produz. Quem interrompe a leitura da Carta de Tiago no verso dois tem razão para ficar confuso e aborrecido. Mas o verso seguinte explica tudo: “quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança”.

O cristão se alegra porque “a provação abala o entusiasmo infantil, romântico e descompromissado” e aumenta o volume da fé, da paciência, da constância e da perseverança. As fibras das convicções e da fé ficam mais rígidas e o crente se prepara melhor para a batalha emocional seguinte.

Outro beneficio da aflição é que ela nos coloca de joelhos dobrados. Por meio da oração suplicamos o alívio que vem de cima.

Absolutamente nada nos sobrevém por acaso.

Fonte: Refeições Diárias com Discípulos – pág. 16

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