O dia mal

“Alarmado, Josafá decidiu consultar o Senhor e proclamou um jejum em todo o reino de Judá e orou: “Senhor, Deus dos nossos antepassados, não és tu o Deus que está nos céus? Tu governas sobre todos os reinos do mundo. Força e poder estão em tuas mãos, e ninguém pode opor-se a ti. Ó nosso Deus, não irás tu julgá-los? Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que está nos atacando. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti” Josafá prostrou-se, rosto em terra, e todo o povo de Judá e de Jerusalém prostrou-se em adoração perante o Senhor. Então os levitas descendentes dos coatitas e dos coreítas levantaram-se e louvaram o Senhor, o Deus de Israel, em alta voz.Depois de consultar o povo, Josafá nomeou alguns homens para cantarem ao Senhor e o louvarem pelo esplendor de sua santidade, indo à frente do exército, cantando: “Dêem graças ao Senhor, pois o seu amor dura para sempre”. Quando começaram a cantar e a entoar louvores, o Senhor preparou emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e dos montes de Seir que estavam invadindo Judá, e eles foram derrotados.” (2Cr. 20.3,5,18,19,21,22 NVI)

Os anos de “experiência” no discipulado de Jesus, ao que me parece, deveriam trazer uma cosmovisão profunda a respeito das coisas da vida e de seus intemperes. Me questiono se “tanto tempo” junto de Jesus está me fazendo suportar os abrolhos desse tempo. Existe um momento que bem pode ser chamado de momentos, que denominaríamos dias maus ou dias de provação. Passados vários anos de reinado Josafá não esperava um dia como esse relatado nas crônicas dos reis de Israel. Um grande exército amonita aliado com os moabitas vinha e direção a Judá para lamber tudo que via pela frente. Josafá é avisado sobre o grande desastre que estaria para acontecer. Sua reação é rara, decidiu consultar o Senhor em oração; Uma primeira atitude fantástica para alguém que está passando uma pior, um dia mal. Sem saber, Josafá proclama a contemporaneidade um modo bem cristão de agir em um momento desesperador, aqueles dias de terrível aperto que nós também costumamos chamar de prova! Os versos que atentei meus olhos revelam as prioridades daquele homem que era um líder, tinha um grande exército, mas decidiu primeiro buscar ao Senhor. O dia mal revela nossas prioridades, a que ou a quem estamos dispostos a recorrer? Quem está lá no trono do meu coração? Costumeiramente me desespero em um momento de intenso sofrimento, sou tentado a buscar meus próprios meios: Josafá decidiu consultar o Senhor!

Uma das mais belas orações que eu já ouvi na bíblia foi a de Josafá; Expondo logo de cara quem Deus é e o que ele tinha feito até então, ele entrega sua situação em mãos certas e faz um declaração de confiança, Ele decidiu confiar: “Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que está nos atacando. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti”

Ele decidiu. Minha decisão é minha atitude, não posso simplesmente parar diante do câncer, nem posso simplesmente esmorecer diante da privação. Orar e confiar não é só passar um momento com Deus. Tenho percebido isso. Ontem li e reescrevi esta compreensão. Orar é estar consciente da presença de Cristo Jesus em0 principalmente todo e qualquer lugar, é estar sob as vistas de Deus!

Gosto de definir as coisas, aliás, todos nós gostamos. Gostamos de definir um momento, as reações a serem tomadas, isso não é de todo ruim, precisamos de boas definições. Mas a expectativa de Jesus é que possamos ir além da definição, viver a confiança em oração. Escrevemos, lemos e oramos essas expressões de fé e confiança da palavra de Deus, mas só Deus sabe o que iremos decidir no dia da provação! Tomara que decidamos o que decidiu Josafá: Buscar, viver e orar a confiança em Deus.

Adoração vence batalhas, talvez esse texto foi o primeiro texto da bíblia que me ensinou isso. Depois de prostrar-se diante do Senhor, orando em confiança, Josafá recebeu um orientação clara, mas inusitada de Deus: “Vocês não precisarão lutar nessa batalha. Tomem suas posições; permaneçam firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes dará, ó Judá, ó Jerusalém. Não tenham medo nem se desanimem. Saiam para enfrentá-los amanhã, e o Senhor estará com vocês”. Lutar com armas era o óbvio a ser feito, mas habitualmente, Deus não trabalha com nosso óbvio nem com nossa lógica, decide agir do jeito que lhe apraz mostrando seu caráter. Nesse contexto de oração em confiança e dependência que o louvor e a adoração entra. Josafá ordenou músicos para irem à frente do exército do povo de Deus, e enquanto cantavam ao Senhor em adoração todos os seus inimigos foram destruídos.

Cantar e sorrir não e muito compatível para nós mortais, mas Jesus não quer trabalhar com nossa compatibilidade, pois não está disposto a somente “solucionar nossos problemas, mas principalmente solucionar a nós mesmos e o tipo de ser humanos que somos”.[1] Nossos momentos de prova visa mostrar quem Deus é e quem ele deseja que nos tornemos: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm. 8.28-29)

“Em outras palavras, o que está em jogo não é a situação confortável ou desconfortável que estamos vivendo, mas sim o tipo de gente que estou me tornando à medida que vou vivendo esta situação. O propósito “para o bem daqueles que o amam” é sermos como Cristo, ser o que Ele é. Deus sempre preferirá se relacionar com aqueles que o amam em detrimento de manipular suas circunstâncias. E não tenho dúvidas quanto ao fato de que não raras vezes, Deus no deixa em situações de desconforto justamente para nos aproximarmos dele e experimentarmos mais profundamente o seu amor.”[2]

Louvar e adorar Jesus no dia mal deve ser uma resposta minha para o tão almejado relacionamento que Deus deseja ter conosco. A vitória não está em necessariamente passar pelo vale e sair vitorioso ou em vencer a batalha como venceu o povo de Deus, mas em manter o relacionamento de comunhão com o Pai em Cristo através do Espírito Santo. Que através do Espírito Santo o dia mal me ensine a buscar o verdadeiro significado para Vida: Relacionamento e amizade com Jesus de Nazaré, o Cristo!

Fonte: Além Blog

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