Rótulo dos alimentos: ler para entender

“Decifra-me ou te devoro”. O desafio da Esfinge de Tebas, que eliminava aqueles que se mostravam incapazes de responder ao seu enigma, bem que poderia ser aplicado aos rótulos dos alimentos. Eles parecem códigos cifrados. Saber o que estamos consumindo é uma informação essencial na prevenção do ganho crônico de peso e de doenças relacionadas à obesidade. Light, diet, sódio, %VD, quilocalorias, aditivos, glúten, carboidratos, proteínas, gorduras trans, entre outros termos técnicos usados em nutrição, devem ser aprendidos desde cedo. Assim será mais fácil fazer as escolhas saudáveis.

Por lei, os rótulos são obrigados a ter o nome de cada ingrediente que compõe o produto, em ordem decrescente: o primeiro da lista é o que está em maior quantidade. E a dica é não abusar do consumo de alimentos cujos primeiros ingredientes sejam gorduras e açúcares. Portanto, olho vivo. No alto, aparece a percentagem %VD, ou seja, os valores ou a necessidade diária de um adulto saudável com base em uma dieta de duas mil quilocalorias (kcal). Este é o valor médio de calorias de que grande parte da população adulta precisa. Porém ele varia de um indivíduo para outro, dependendo de fatores como sexo, idade, estilo de vida, prática de atividade física e estado nutricional. Abaixo da %VD, geralmente aparecem as informações de valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas, trans, fibra alimentar, sódio, outros minerais e vitaminas.

A primeira dúvida costuma ser sobre o que significam alimentos diet e light. O primeiro quer dizer que um determinado ingrediente foi retirado da composição: pode ser açúcar, sal, gordura, colesterol, sódio etc. E atenção: diet não significa que o produto tem poucas calorias. Ele pode, por exemplo, ser livre de açúcar, porém altamente calórico. Um produto é light quando um de seus ingredientes tem a quantidade reduzida; isto é, 25% de algum componente foram eliminados, como colesterol, gordura etc.

Vale relembrar que as proteínas são necessárias para a construção e a manutenção de órgãos e tecidos, e os carboidratos fornecem energia para as células. Já as gorduras têm reputação ruim, mas nem todas são nocivas à saúde. O organismo precisa das boas gorduras para exercer várias funções, como absorver certas vitaminas e produzir os hormônios sexuais. Portanto, prefira as monoinsaturadas, como as do azeite e do óleo de girassol, e poli-insaturadas, como as do salmão. E passe longe das gorduras trans ou hidrogenadas, as mais usadas na indústria de alimentos industrializados. Elas agradam ao paladar, mas elevam o colesterol total e, principalmente, sua fração ruim, o LDL. Também a gordura saturada é inimiga do coração e do cérebro.

Outras substâncias que aparecem em rótulos são os aditivos. Eles servem para manter ou modificar o sabor ou melhorar a aparência de alimentos, por exemplo. Os mais conhecidos são os acidulantes (deixam o alimento ácido e dificultam o crescimento de micro-organismos); umectantes (evitam a perda de umidade); antiumectantes (impedem a absorção de umidade pelo produto); espessantes (aumentam a viscosidade de um alimento), estabilizantes, aromatizantes/flavorizantes (realçam o sabor), corantes (intensificam a cor do produto), edulcorantes (substâncias de sabor doce), antioxidantes (retardam ou impedem a deterioração dos alimentos) e conservantes.

Por fim, na hora de escolher um produto, prefira alimentos com menor densidade calórica (kcal) e produtos integrais (de absorção mais lenta). Quanto às gorduras, escolha valores inferiores a dez gramas por cada 100 gramas de produto. E lembre-se: o valor máximo diário recomendável de sal para a maioria das pessoas é de cinco gramas (ou dois gramas de sódio). Não se esqueça das fibras. Elas são ótimas para o funcionamento do intestino. Coma cerca de 30 gramas diariamente.

Fonte: Portal Saúde 360

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